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Terapia de manutenção com capecitabina melhora quadro de pacientes com carcinoma de nasofaringe (NPC) metastático

Um estudo aberto e randomizado de fase 3 realizado no Centro de Câncer da Universidade Sun Yat-sen (SYSUCC), na China, investigou a eficácia da terapia de manutenção com capecitabina entre pacientes com carcinoma de nasofaringe (NPC) metastático.



No experimento foi observada uma melhora da sobrevida, associada às toxicidades gerenciáveis. Esta é a conclusão da pesquisa Effect of Capecitabine Maintenance Therapy Plus Best Supportive Care vs Best Supportive Care Alone on Progression-Free Survival Among Patients With Newly Diagnosed Metastatic Nasopharyngeal Carcinoma Who Had Received Induction Chemotherapy A Phase 3 Randomized Clinical Tria, publicado na revista científica JAMA Oncology.


A análise incluiu 104 pacientes, com idade mediana de 47 anos, sendo 80,8% homens, com carcinoma nasofaríngeo metastático recém-diagnosticado. Realizado de 16 de maio de 2015 a 9 de janeiro de 2020, foi observado um benefício absoluto em sobrevida livre de progressão mediana de 27,7 meses.


Os dados de sobrevida global ainda são imaturos, mas já se observa uma tendência de benefício. Na pesquisa, em relação à progressão da doença ou morte, foram 23 eventos (44,2%) no grupo de manutenção com capecitabina e 37 eventos (71,2%) no grupo de melhor cuidado de suporte sozinho.


Os eventos adversos de grau 3 ou 4 mais comuns durante a terapia de manutenção foram anemia (6 de 50 [12,0%]), síndrome mão-pé (5 de 50 [10,0%]), náuseas e vômitos (3 de 50 [6,0%]), fadiga (2 de 50 [4,0%]) e mucosite (2 de 50 [4,0%]). Nenhuma morte no grupo de manutenção foi considerada relacionada ao tratamento.

Tratamento com capecitabina


Para avaliar esses resultados, o oncologista clínico Dr. Leonardo Boente, da CLION /Oncoclínicas, comenta o estudo a convite do GBCP. Ele acredita que “é um tratamento promissor, facilmente acessível e com boa relação custo-benefício”. Lembrando que a capecitabina é frequentemente incluída em regimes de quimioterapia, mas que este é o primeiro ensaio clínico randomizado de fase 3 que investiga a eficácia da terapia de manutenção com capecitabina em pacientes com NPC metastático diagnosticado, após 4 a 6 ciclos de quimioterapia de indução de TPC.


Ainda na opinião do oncologista, a capecitabina apresenta indicação em diversas neoplasias e as toxicidades reveladas são consistentes com as observadas em outros cenários. “São manejáveis com ajuste de dose e a minoria dos pacientes necessita interromper o tratamento por toxicidade. Portanto, apresenta um perfil de segurança favorável”, esclarece.


Para ser possível atingir os melhores resultados, o médico oncologista alerta para a população selecionada no estudo, que excluiu pacientes com mais de 65 anos. Logo, esses resultados não podem ser generalizados para pacientes mais idosos. Os pesquisadores também ressaltam serem necessários mais investigações para definir a duração ideal da manutenção com capecitabina e identificar os indivíduos que podem se beneficiar com a terapia de manutenção.



Referência do estudo


LIU, Guo-Ying; et al. Effect of Capecitabine Maintenance Therapy Plus Best Supportive Care vs Best Supportive Care Alone on Progression-Free Survival Among Patients With Newly Diagnosed Metastatic Nasopharyngeal Carcinoma Who Had Received Induction Chemotherapy. JAMA Network, 2022.


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