Aqui você encontra um guia sobre o câncer de glândula salivar
O câncer de glândula salivar é uma doença oncológica rara. Não há estatísticas no Brasil, mas nos Estados Unidos representa em torno de 6% a 8% dos casos de câncer de cabeça e pescoço.
Podem acometer pessoas de qualquer idade, mas sua frequência aumenta conforme avançamos a faixa etária.
O que são glândulas salivares?
Localizadas a cada lado da face, as glândulas salivares são responsáveis pela produção da saliva que lubrifica a boca e a garganta. A saliva é composta de enzimas importantes para o início do processo de digestão dos alimentos. Além disso, contém substâncias, entre elas anticorpos, que ajudam a evitar infecções na boca e na garganta.
Existem dois tipos principais de glândulas salivares: as maiores e as menores.
Glândulas salivares maiores são constituídas de três pares:
Parótidas - estão nos dois lados da face, abaixo e diante das orelhas.
Submandibulares - ficam na parte interna da mandíbula e secretam a saliva sob a área da língua.
Sublinguais - localizadas no assoalho da boca e por baixo de cada lado da língua.
Glândulas salivares menores são centenas e estão localizadas abaixo do revestimento dos lábios, palato, língua, e no interior das bochechas, nariz, seios paranasais e laringe.
Apesar da maioria dos tumores que se desenvolve nas glândulas salivares serem benignos, há chances de um câncer acometer essa região. Quando isso acontece, é mais comum que a doença tenha início na parótida.
Qual a causa do câncer de glândula salivar?
O câncer de glândulas salivares é um tipo raro de doença oncológica. O número limitado de casos, entre outros fatores, contribui para dificultar os estudos e um maior conhecimento sobre a doença. Mas as pesquisas realizadas até o momento já apontam alguns possíveis fatores de risco. Entre eles:
Envelhecimento - o risco aumenta conforme avança a idade;
Exposição às radiações - tratamento radioterápico na região da cabeça e pescoço para outras doenças; exposição ocupacional a determinadas substâncias radioativas;
Tabagismo - o consumo de tabaco está associado ao risco aumentado de tumor de Warthin, um tumor benigno da glândula salivar;
Exposições ocupacionais - alguns estudos sugerem que trabalhar com metais, como pó de liga de níquel; minerais, como pó de sílica; e mineração de amianto aumenta o risco desse tipo de câncer. Da mesma forma, atividades como encanamento, fabricação de produtos de borracha e alguns tipos de marcenaria;
Infecções virais - alguns tipos de papilomavírus humano (HPV) de alto risco; vírus da imunodeficiência humana (HIV); vírus Epstein-Barr, associado a um tipo raro de câncer de glândulas salivares denominado linfoepitelial;
Alimentação pobre em vegetais e rica em gordura animal.
Quais os sintomas do câncer de glândulas salivares?
Entre os possíveis sinais e sintomas estão:
Diferença entre o tamanho ou forma de um dos lados do rosto ou pescoço, comparado com o lado contralateral;
Dificuldade para engolir;
Dor contínua no rosto, pescoço ou boca;
Dormência em parte do rosto;
Fraqueza nos músculos do rosto;
Presença de massa ou nódulo no rosto, pescoço ou boca;
Problemas para abertura ampla da boca.
Esses sintomas podem não ter relação com o câncer de glândulas salivares, mas é preciso estar atento e consultar um médico especialista para uma avaliação mais precisa.
Como é feito o diagnóstico do câncer de glândulas salivares?
Na presença de sintomas é muito importante consultar um médico otorrinolaringologista ou especialista em cabeça e pescoço. Na consulta, o médico vai colher dados sobre seu histórico clínico, incluindo informações sobre sintomas, fatores de risco e histórico familiar. Além disso, deverá fazer um exame físico minucioso da região da cabeça e pescoço, especialmente da boca, das laterais do rosto e da mandíbula. Além de observar se há aumento no tamanho dos linfonodos no pescoço, o médico vai procurar áreas de dormência ou fraqueza muscular na face. No caso de suspeita de câncer de glândulas salivares, poderá pedir exames de imagem, de laboratório e biópsias.
Como é o tratamento para o câncer de glândulas salivares?
As alternativas de tratamento para o câncer de glândulas salivares incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia ou uma combinação de duas ou mais dessas modalidades terapêuticas. A elaboração do plano de tratamento é realizado com base em diversos fatores, como: localização, tipo e estadiamento da doença. Além disso, o médico também leva em conta o estado de saúde do paciente, as chances de cura da doença e o impacto do tratamento em funções como a fala, mastigação, deglutição e aparência estética.
A equipe de tratamento é multidisciplinar e as especialidades vão depender das opções de tratamento definidas de modo individualizado para cada paciente. Além de cirurgião, otorrinolaringologista, radiooncologista, oncologista, outros profissionais poderão fazer parte da equipe de tratamento, como, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos.
É possível prevenir o câncer de glândulas salivares?
Uma vez que a causa do câncer de glândulas salivares ainda não está estabelecida, não é possível uma ação mais assertiva em relação à prevenção. No entanto, certamente é benéfico evitar os fatores de risco que são apontados pelos estudos, apesar de ainda inconclusivos.
Evite a exposição a determinadas infecções, como do vírus Epstein-Barr (EBV), o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o papilomavírus humano (HPV)
Não fume
Limite a exposição ocupacional a substâncias, como pó de liga de níquel e amianto
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