Todo 11 de agosto marca o Dia Nacional do Paciente Laringectomizado, uma data que reforça também a importância da conscientização sobre o câncer de laringe. Em 2022, o Congresso Nacional aprovou um projeto de lei (PL 2.115/2019) para tornar esta data oficial.
A laringe é um órgão localizado na região da garganta que contém as cordas vocais que, ao vibrarem, produzem sons na boca, nariz e na garganta, permitindo, assim, a fala. O câncer nessa região afeta as cordas vocais e outras áreas do órgão, trazendo a necessidade, muitas vezes, da realização de um procedimento cirúrgico chamado laringectomia, ou seja, a remoção total ou parcial da laringe.
Esta cirurgia pode alterar a capacidade de fala do paciente, mas existem tratamentos e terapias de reabilitação vocal que podem possibilitar aos pacientes laringectomizados voltar a ser comunicar.
Cerca de 85-90% dos laringectomizados aprendem a falar usando um dos três principais métodos de fala. Cerca de 10% não se comunicam falando, mas podem usar métodos baseados em computador ou outros para se comunicar. Os métodos usados para falar novamente dependem do tipo de cirurgia. Algumas pessoas podem estar limitadas a um único método, enquanto outras podem ter várias opções. Cada método possui características, vantagens e desvantagens únicas.
Os fonoaudiólogos podem auxiliar e orientar os laringectomizados no uso adequado dos métodos e/ou dispositivos que usam para obter o discurso mais compreensível. A fala melhora consideravelmente entre seis meses e um ano após a laringectomia total. A reabilitação ativa da voz está associada à obtenção de melhor fala funcional.
Opções disponíveis para a recuperação da fala
Fala traqueoesofágica: Na fala traqueoesofágica, o ar pulmonar é exalado da traqueia para o esôfago através de uma pequena prótese de voz de silicone que conecta os dois, e as vibrações são geradas pela faringe inferior
Fala esofágica: Na fala esofágica, as vibrações são geradas pelo ar que é expelido a partir do esôfago. Este método não requer nenhuma instrumentação. Dos três principais tipos de fala após a laringectomia, a fala esofágica geralmente leva mais tempo para ser aprendida. No entanto, tem várias vantagens, sendo a não menos importante a liberdade de dependência de dispositivos e instrumentação.
Fala por laringe eletrônica ou laringe artificial: As vibrações neste método de fala são geradas por um vibrador externo com bateria (chamado de laringe eletrônica ou artificial) que normalmente é colocado na bochecha ou sob o queixo. Ele vibra um zumbido que atinge a garganta e a boca do usuário. A pessoa então modifica o som usando sua boca para gerar sons de fala.
Há dois métodos principais para conseguir os sons de vibração criados por uma laringe artificial na garganta e na boca (intraoralmente). Um é diretamente na boca por um tubo similar a um canudo e o outro por meio da pele do pescoço ou rosto. No último método, a laringe eletrônica (LE) é mantida pressionando o rosto ou pescoço.
Cuidados durante a reabilitação vocal
Apesar de eficazes, os métodos de reabilitação vocal precisam da ajuda do paciente para que os resultados sejam eficazes. Além das terapias fonoaudiólogas e acompanhamento da equipe multidisciplinar, alguns passos são fundamentais e devem ser realizados pelo paciente constantemente:
Manter boa umidade nos ambientes – um umidificador pode ajudar bastante
Beber bastante líquido, para manter a região lubrificada
Fazer inalações com vapor de água
Evitar o ar frio e fazer uso de roupas e acessórios para proteger a região da garganta
Evitar locais empoeirados ou com partículas alergênicas (por exemplo, ácaros)
Para mais informações sobre a reabilitação da voz para o paciente laringectomizado, acesse o Guia do Paciente Laringectomizado