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5 perguntas mais frequentes dos pacientes laringectomizados





A laringectomia total consiste na remoção da laringe em pacientes com tumores avançados deste órgão. Depois dessa cirurgia, pode ser comum que surjam questionamentos entre os pacientes sobre a fase de reabilitação e os ajustes necessários para viver.


Para responder as 5 principais dúvidas do paciente laringectomizado, convidamos a fonoaudióloga e especialista em voz e disfagia, Neyller Montoni, que também é preceptora da Residência Multiprofissional do A.C.Camargo Cancer Center, doutora na área de oncologia, membro da diretoria da Academia Brasileira de Disfagia, coordenadora do Comitê de Disfagia Mecânica da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) e cofundadora da ASAP Comunicação Humana. Confira a entrevista!


Comunicação após a laringectomia


1 - Como será a comunicação após a retirada da laringe? Esses pacientes poderão voltar a falar?

Neyller Montoni: Os pacientes costumam ter muita preocupação em relação à perda da voz natural e sobre como poderão se comunicar com familiares, amigos e profissionais de saúde. Após a laringectomia total, eles terão a oportunidade de voltar a falar, não com a mesma estrutura da qual era produzida a voz anteriormente, uma vez que a laringe foi retirada, mas com uma nova estrutura - que é o esôfago -, que permite a possibilidade do retorno da comunicação.


2 - E quais são as opções de comunicação após a retirada da laringe?

Neyller Montoni: Existem três formas de comunicação alaríngea, que são: a voz esofágica, reproduzida através do esôfago; a voz traqueoesofágica, aquela produzida com a ajuda de uma prótese colocada entre a traqueia e o esôfago; e a laringe eletrônica, que é um equipamento eletrônico movido a bateria recarregável, portátil, leve e de fácil utilização e aprendizagem.


3 - Em quanto tempo os pacientes laringectomizados voltarão a falar? Como é o processo de reabilitação?

Neyller Montoni: O processo de reabilitação é realizado com um fonoaudiólogo. É apresentado ao paciente as três formas de comunicação, explicando as vantagens e desvantagens de cada método e, assim, definir junto com o paciente aquele que melhor funcionará para o mesmo. O tempo para retorno da comunicação depende do método que foi escolhido. A laringe eletrônica permite a comunicação imediata e o tempo de reabilitação mais curto. A voz esofágica requer um maior tempo no processo de aprendizagem e treino do método, tento uma variação entre os pacientes de três a seis meses ou mais. Para a prótese traqueoesofágica é necessária a sua colocação junto com o cirurgião, que pode ser: colocação primária (durante a cirurgia) ou colocação secundária, sendo importante uma avaliação anatômica, clinica e social para sua indicação. O processo de reabilitação com a prótese traqueoesofágica é relativamente curto e apresenta um bom resultado na comunicação.


Alimentação


4 - Existe alguma dificuldade na alimentação após a remoção da laringe?

Neyller Montoni: Geralmente, não. O paciente sai da cirurgia com a sonda de alimentação, que é temporária, até que ocorra o processo de cicatrização cirúrgica. As laringectomias totais, muitas vezes, não desenvolvem dificuldades em relação à alimentação. Não apresentam mais riscos de aspiração do alimento para a via aérea, uma vez que ela foi separada durante a cirurgia os sistemas digestivo e respiratório sendo direcionados para caminhos diferentes. Agora, os pacientes respiram de forma definitiva pelo estoma (abertura) no pescoço. A maior parte dos pacientes consegue se alimentar com todos os tipos de consistência de alimentos sem nenhuma restrição, como era feito antes da laringectomia. Algumas dificuldades podem ocorrer, caso apresente estenose de esôfago (fechamento do canal da alimentação) ou fistulas.

Reintegração social


5 - E agora, como será a reintegração social do paciente laringectomizado? Como será a aceitação da nova voz?

Neyller Montoni: Alguns pacientes necessitam de auxílio nesse processo de reintegração social. Seria muito importante que os pacientes laringectomizados totais participassem de grupos de apoio e ressocialização, pois além do acolhimento, existe a possibilidade de ter contato com outras pessoas que fizeram a mesma cirurgia, até para conhecer diferentes formas de comunicação alaríngea. Existem grupos de reintegração social para laringectomizados em alguns centros de saúde, por exemplo, que são indicados até mesmo antes do paciente optar por alguma comunicação alaríngea. Temos que entender que são vozes diferentes, nem melhor ou pior, apenas diferentes!


Quer saber mais sobre o assunto? Acesse a nossa cartilha Guia_Do_Laringectomizado.pdf


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